Para mim, não há nada como os diamantes. São preciosos, transparentes, luminosos e do tamanho que se quiser. Os diamantes de que vou falar neste blog não são só os minerais. Diamantes podem ser os amigos, a família, uma peça de roupa nova... ou puramente uma extravagância mineral. Não deixem de visitar as outras páginas do Blog - viagens, moda, filmes e música!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SONHOS

Há dias recebi por email uma crónica do João Pereira Coutinho bem interessante (pelo menos para mim). Aqui está a transcrição:
Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê.
Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis,e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.
Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito.
É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.
Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos.
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima. Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!
Acho que ele toca mesmo na "ferida" quando diz "... é preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho..." - de sonho de quem??? Porque???

Continuo a ser diferente de toda a gente que conheço porque vivi a vida ao contrário - quando toda a gente namorava eu já estava casada, quando as pessoas da minha idade casavam eu já estava divorciada, quando a minha geração procura subir na carreira eu já sou quadro superior, quando as minhas amigas pensam em filhos eu só penso em viajar nas férias. Para mim, a minha vida tem sido a conquista dos meus sonhos e eu sou feliz por isso.


Acredito que muita gente é infeliz porque vive o que é socialmente correcto e guarda os sonhos na caixinha de música onde a bailarina não dança todo o tempo que a caixa está fechada. Se cada pessoa tiver a coragem de viver o seu sonho acredito que poderá dar cabeçadas e também sofrer, mas que será feliz!

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